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| Foto: Fieg / Divulgação | 
Para o setor industrial, a decisão do BC é extremamente conservadora e trará apenas prejuízos à atividade econômica
Por Emerson Tormann
      O Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de          10,75% para 11,25% ao ano, gerando forte reação negativa do          setor industrial brasileiro. A decisão, anunciada na última          quarta-feira (6/11), representa um aumento de 0,50 ponto          percentual e foi considerada "excessiva e incompatível" com o          cenário econômico atual.
        A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou          "indignação" com a medida, classificando-a como extremamente          conservadora. Segundo a entidade, a taxa de juros de equilíbrio          deveria estar em 8,4% ao ano, considerando a inflação acumulada          nos últimos 12 meses.
        Alinhado a essa visão, o presidente da Federação das          Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, alertou que          o aumento pode intensificar o ciclo de desaceleração econômica.          "Com juros elevados, a confiança empresarial diminui, levando a          reduções na criação de empregos e no investimento produtivo",          afirmou Mabel.
        De acordo com relatório da área técnica da Fieg, apesar da            manutenção de taxas de juros elevadas ser frequentemente            justificada pelo controle inflacionário, é essencial ponderar            sobre os efeitos desse aumento e que vão além da inflação de            curto prazo, afetando diretamente o ambiente produtivo. "Em            linhas gerais a elevação dos juros resulta em restrição ao            acesso ao crédito, aumento dos custos de financiamento e            redução do poder de investimento das empresas", destaca o            documento.
          O cenário se torna ainda mais preocupante quando comparado            ao contexto internacional, onde há uma tendência de            afrouxamento dos juros. O Brasil se isola ao lado da Rússia            como os únicos países do G20 que estão elevando suas taxas            neste momento.
        Mabel ressaltou ainda que, embora seja importante manter o          compromisso com a meta de inflação, é necessário buscar          alternativas que não prejudiquem o setor produtivo e a          população, sugerindo uma maior articulação com o Governo Federal          para o controle de gastos.
      

 

 
 
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